Processo arranca daqui a duas semanas em todo o país.

O Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) manifesta preocupação com a intensificação da tensão político – militar em alguns pontos do país, quando faltam 15 dias para o arranque do recenseamento eleitoral para as quintas eleições presidenciais e legislativas e as segundas para as assembleias provinciais.
O recenseamento, que vai decorrer em todo o país entre 30 de janeiro e 14 de abril, constitui o primeiro passo rumo ao pleito eleitoral de 15 de outubro.
Em entrevista ao jornal O País, Lucas José, director do gabinete de imprensa no STAE, admitiu que vai ser complicado fazer o recenseamento em alguns distritos devido aos ataques em alguns pontos. “Alguns colegas baseados em algumas províncias terão dificuldades inclusive para movimentar equipamentos e pessoas para essas zonas. É uma situação preocupante e lamentável. De qualquer modo, estamos preparados para ver qual vai ser a evolução da situação”, explicou Lucas José, na tarde de ontem.
Gorongosa, em Sofala, é o distrito onde se vive praticamente um cenário de guerra, com perto de quatro mil deslocados concentrados na vila- sede.
Em Inhambane, os distritos de Homoíne e de Funhaloro também entraram para o mapa dos ataques militares perpetrados pela guerrilha da Renamo.
O registo eleitoral está a ser preparado para todo o território nacional, incluindo os pontos onde se registam confrontos militares.
“É um assunto que acho que em devido momento, e dependendo de caso, a CNE (Comissão Nacional de Eleições) terá que apreciar as condições reais que existem no país e tomar uma posição em relação às zonas que não oferecem condições de segurança para o recenseamento eleitoral”, explicou o director do gabinete de imprensa do STAE.