Quarta-feira, 19 de Fevereiro de 2014
NO dia em que 22 homens resgatados da mina de ouro abandonada em Benoni na região de East Rand em Gauteng compareceram perante um juiz de instrução onde foram acusados de mineração ilegal, o Governo sul-africano ameaçou selar a mina deixando os restantes “zama zamas” presos debaixo do subsolo.
A aparição dos homens no tribunal coincidiu com a retirada, são e salvos, ontem de mais três garimpeiros ilegais, depois de 11 na segunda-feira e igual número no domingo.
A possibilidade de serem presos e julgados tem assustado os mineiros ilegais que ainda se encontram dentro das galerias da mina. Os mesmos recusam-se a sair enquanto pairar a ameaça de prisão.
Entretanto, as autoridades sul-africanas ameaçam fechar o buraco que dá acesso à mina, onde podem estar ainda entre 200 e 300 mineiros ilegais se estes não a abandonarem até 3 de Março próximo, segundo notícia avançada ontem pela estação de rádio Eyewitness News (EWN) de Joanesburgo.
A EWN afirma que as autoridades lançaram um panfleto para os mineiros que se recusam a abandonar a mina com receio de serem detidos ameaçando selar o buraco de acesso por onde foram resgatados os 22 homens e pelo qual alimentos e água têm sido fornecidos ao grupo ainda no subsolo. Não é certo quantos mineiros estão ainda nas galerias subterrâneas nem se eles conseguiram minerar algum ouro.
As autoridades especulam, com base em depoimentos de alguns dos resgatados, que grupos hostis impedem os que pretendem vir para a superfície de o fazerem. Uma fonte dos serviços de emergência de Ekhuruleni disse à Lusa que os 22 homens detidos são de nacionalidade sul-africana, mas não pôs de lado a hipótese de se encontrarem entre os que estão ainda na mina “homens oriundos de outros países africanos, como Moçambique, Lesoto ou República Democrática do Congo”.