Quinta-feira, 30 de Outubro de 2014
O ministro moçambicano da Saúde, Alexandre Manguele, assegurou que os centros de rastreamento da Ébola no país estão sob adequada vigilância para responderem a eventuais diagnósticos daquela epidemia.
Em meados de Agosto, as autoridades sanitárias moçambicanas passaram a submeter um inquérito aos passageiros provenientes ou que tenham transitado pela Nigéria, Serra Leoa, Libéria e Guiné Conacry.
Desde a eclosão da epidemia, o governo moçambicano investiu cerca de 122 mil dólares para aquisição de equipamento de rastreio da Ébola e para outras acções de prevenção.
Falando à imprensa, momentos depois de visitar o Aeroporto Internacional de Maputo, Manguele defendeu ser necessário que cada moçambicano mantenha, cada vez mais, a higiene comunitária, familiar ou pessoal, sobretudo das mãos, por forma a contribuir para que a Ébola não ecloda no país.
O Ministro fez questão de exemplificar a epidemia de cólera que, na altura, provocou perdas humanas, mas que, com o tempo, Moçambique conseguiu enfrentar e controlar, porque houve aprendizagem para se lidar com a epidemia, daí que nos últimos dias “tem sido menos agressiva”.
O ministro frisou que, no caso da Ébola, os procedimentos de prevenção são parecidos, a higiene.
“Lavagem das mãos. Este vírus não resiste ao sabão. Ao lavar as mãos com água e sabão estaremos a matar esse vírus”, explicou Manguele, para quem há outros métodos de prevenção da doença.
Segundo ele, lugares como Aeroportos internacionais, as autoridades sanitárias têm estado a seguir os procedimentos de rastreio de passageiros que terão passado por países afectados e elogiou a cooperação dos passageiros sujeitos ao controlo nesses locais, vincando que tal se deve a divulgação massiva sobre a Ébola.
“O que é preciso é que as pessoas, nacionais e estrangeiras que entram no país e que têm passado por países de alto risco, compreendam que os inquéritos que tem de preencher têm a ver com a segurança para o nosso país”, afirmou.
O inquérito, em formato múltipla-escolha, é preenchido a bordo do avião e inclui perguntas destinadas a saber se a pessoa esteve ao lado de alguém contaminado com a Ébola ou se já visitou países contaminados, entre outras.
Entretanto, o representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Moçambique, Ambrósio Disadidi, explicou que o formulário permite descrever o estado de saúde das pessoas que entram no país.
Falando na mesma ocasião, Disadidi disse que a vigilância não deve ser apenas responsabilidade do governo, mas também de toda a sociedade.
“Basta saber que tem um amigo, vizinho, família, com febre ou sintomas, e que vem desses países, deve contactar urgentemente as autoridades competentes, porque um só caso da Ébola já é uma epidemia”, afirmou.
Disadidi defendeu a necessidade de se isolar qualquer que seja o suspeito de estar contaminado, para se evitar a propagação da doença.
Ainda ontem, Manguele visitou o Centro de Internamento do Hospital Geral de Mavalane, na capital do país e mostrou-se satisfeito com o nível de preparação do pessoal técnico e do equipamento de protecção para os técnicos que estarão a trabalhar naquela unidade.
Com capacidade para mais de 10 camas, o centro está equipado de médicos, enfermeiros e medicamentos.