A crise político-militar que se vive na região centro do país pode obrigar os transportadores interprovinciais, que fazem a ligação sul e norte, a paralisarem a actividade. Em causa estão os sistemáticos ataques que as suas viaturas sofrem no meio de viagem, somando prejuízos enormes, desde vítimas humanas até danos materiais.
Ontem, a Federação Moçambicana dos Transportes Rodoviários, Fematro, esteve reunida em Maputo com os seus associados para, dentre outros assuntos, analisar a hipótese de paralisação da actividade que está a ser suscitada por alguns transportadores membros da agremiação.
Ainda não se trata de um dado adquirido, mas, a qualquer momento, a medida pode ser tomada a avaliar pela evolução da situação na região centro.
O presidente da Associação Moçambicana dos Transportadores Interprovinciais e Internacionais, Amotrans, Vasco Flor Matavele, diz que os seus colegas estão indignados e avançam com a ideia da paralisação da actividade.
“Todos os dias, a coluna sofre.Por isso, os transportadores estão com um plano de interromper a actividade tendo em conta que, diariamente, surge um ou mais ataques. São vidas humanas que estão a ser ceifadas, para além de outros danos materiais. Portanto, há uma necessidade de se tomar em conta este problema e restaurar-se o clima de paz”, explica o transportador que, depois, avança como solução dois pontos: primeiro, reforçar-se a escolta que acompanha os carros na travessia da ponte sobre o rio Save; e, segundo, a solução imediata da crise político-militar. “É que a coluna é muito fraca e não está a ajudar em nada a travessia dos transportadores naquele troço”, desabafa.