Dados oficiais reportam apenas a situação de Gorongosa, faltando Homoíne e Funhalouro
O número de pessoas deslocadas não para de crescer em todo o mundo. Dados compilados pelo Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) apontam para 45,2 milhões de pessoas que estão actualmente deslocadas em todo o mundo, devido a vários conflitos. O número é o mais elevado desde o início do milénio, de acordo com os últimos dados recolhidos pelo Conselho Norueguês para os Refugiados (CNR). A agência da Nações Unidas diz que o aumento do número de refugiados está a atingir níveis idênticos aos registados em 1994.
Dos poucos mais 45 milhões de deslocados, 16,4 milhões são refugiados, 937 mil pediram asilo e 28,8 milhões são deslocados internos. Ou seja, pessoas obrigadas a fugir dentro das fronteiras do seu próprio país, acrescentou a agência das Nações Unidas.
A guerra e os conflitos armados continuam a ser as principais causas que forçam milhões de pessoas a abandonarem as suas casas.
Moçambique volta a ter deslocados
Depois de cerca de 20 anos de paz e de liberdade de escolha do lugar para fixar a residência, parecem estar a consolidar-se em Moçambique as condições para o ressurgimento de deslocados de guerra.
Em nove meses de tensão político-militar, dados oficiais apontam para perto de quatro mil pessoas deslocadas. O número reporta apenas a situação de Gorongosa, um dos distritos de Sofala, centro do país, mais afectado pelos confrontos militares entre a guerrilha da Renamo e o Exército. Numa primeira fase, as famílias deslocadas foram acomodadas em centros improvisados na vila sede, em meio a péssimas condições de higiene. O Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), que nos últimos anos tem estado a lidar com cheias e ciclones, distribuiu tendas e produtos alimentares. O governo distrital parcelou terrenos para famílias afectadas.