Terça-feira, 19 de Fevereiro de 2013

Malawianos queixam-se de trabalho escravo em Moçambique

Cidadãos malawianos dizem estar a ser explorados em Moçambique ao trabalhar um dia inteiro nas machambas (campos agrícolas) onde fazem alguns ‘biscates’ em troca de duzentos kwachas, o equivalente a vinte meticais.
Alguns menores também são, alegadamente, levados para trabalhar nas machambas onde recebem por dia, metade daquele valor, ou seja, dez meticais.

Os malawianos afirmam ainda que tudo isto se deve à probreza no seu país, daí que, ao invés de sucumbir à fome, preferem sujeitar-se a todas as formas de trabalho em Moçambique para a sua sobrevivência.

Segundo escreve a agência de notícias do Malawi, os relatos foram feitos por alguns cidadãos malawianos residentes no distrito malawiano de Tsangano que diariamente atravessam a fronteira comum à procura de trabalho do lado moçambicano.
Eles afirmam que diariamente as viaturas vão até Tsangano para o transporte dos malawianos até as machambas numa distância de aproximadamente trinta e cinco quilómetros dentro do território moçambicano.

O transporte é disponibilizado pelos proprietários das machambas que todas as manhãs recolhe os malawianos no distrito de Tsangano.
Já em território nacional, os malawianos alegam que são sujeitos ao trabalho desumano, uma vez que praticamente são tratados quase como escravos, mas sem possibilidade de reivindicar qualquer direito.
Durante o dia, eles trabalham sem direito a intervalo ou comida e mesmo as mães que levam os seus bébes são proibidas de amamenta-los, segundo apurou a imprensa malawiana.

A malawiana Elise Raphael de vinte e dois anos, disse que todas as manhãs os malawianos são recolhidos as quatro horas através das viaturas dos proprietários das machambas, mas depois da jornada são obrigados a regressar a casa pelos seus próprios meios.
Significa isto que eles percorrem trinta e cinco quilómetros a pé até chegar as suas zonas de origem.
A mesma fonte afirmou que os proprietários das machambas não dão espaço para uma eventual negociação dos valores que são pagos, acrescentando que qualquer tentativa pode resultar na retenção do pouco dinheiro que recebem.

Elise Raphael reconheceu que apesar dos maus tratos de que são sujeitos nas machambas moçambicanas, não há nenhuma alternativa, tendo em conta a extrema pobreza que se vive no Malawi.
De acordo com estatísticas oficiais, cerca de cinquenta por cento da população malawiana vive com menos de um dolár por dia.
Neste momento, algumas organizações não-governamentais estão a mobilizar as populações no sentido de rejeitar o trabalho do lado moçambicano, em particular nas machambas.
publicado por Jornal Urbano De Moçambique às 18:29
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