Sábado, 16 de Fevereiro de 2013
Mais de 250 viaturas de grande tonelagem, transportando mercadorias como alimentos, material de construção, combustível, postes de energia, entre outros, encontravam-se, até ao fim da tarde de ontem, retidas nas margens do rio Zambeze, em Caia, pelo quinto dia consecutivo, na sequência do corte da Estrada Nacional Número Um (EN1) Nicoadala, na Zambézia.
Segundo o matutino Notícias de Maputo, trabalhos de emergência permitiram ontem o restabelecimento da circulação no troço crítico,entretanto só para viaturas ligeiras, sendo que o drama dos camionistas vai continuar ainda por algum tempo.
Oportunismo de alguns comerciantes, aumento de crimes de pequena monta, deterioração do saneamento básico, falta de dinheiro para a sobrevivência dos motoristas retidos, entre outros aspectos, caracterizam este drama em Caia, refere aquele jornal.
O preço dos produtos da primeira necessidade disparou, sendo que cada refeição passou de 50 para 80 meticais. Tomar banho já custa 30 contra anteriores 15Mt. A cerveja, que anteriormente era vendida a 35 meticais cada garrafa de 300ml passou para 50, enquanto para o alojamento são necessários 1500 meticais contra 1200 que se cobrava por cama a cada noite.
Tal como acontecia antes da construção da Ponte Armando Guebuza sobre o rio Zambeze entre Caia e Chimuara, hoje, com a interrupção da circulação naquela via, novamente as chamadas trabalhadoras do sexo voltaram à ribalta na região.
Assim, a vila de Caia regista um movimento desusado de pessoas e bens desde domingo, não havendo diferença entre noite e dia. Os motoristas que estão ficando cada vez mais sufocados, mostram-se bastante cépticos, pois afirmam que nem têm dinheiro para pagar portagem para travessia da ponte em caso da reabertura daquela via que constitui a "espinha dorsal" do país.
Para sua sobrevivência, alguns motoristas optam mesmo por vender combustível dos seus veículos-automóveis, perigando o próprio asfalto.