Sábado, 18 de Outubro de 2014

O presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, garantiu hoje em Maputo que não vai recorrer à violência, após as eleições gerais em Moçambique, e disse estar pronto para negociar com o Governo a criação de "uma verdadeira democracia".
"Não é preciso violência", declarou o líder da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), em conferência de imprensa realizada em Maputo, recusando que o tratem como um belicista: "Isto significa que não vou andar aí tiros". Afonso Dhlakama considerou que as eleições gerais de quarta-feira foram uma "fantochada", mas manifestou disponibilidade para dar prioridade ao diálogo "com os irmãos do Governo de Moçambique" e "fazê-los ver que já é tempo que o povo seja soberano e possa ser, de facto, governado por governantes eleitos democraticamente".
O director do Centro de Integridade Pública (CIP) Adriano Nuvunga e a presidente da Liga de Direitos Humanos (LDH) Maria Alice Mabota escreveram uma carta aberta ao presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) na qual pediram a intervenção daquele orgão para resolver problemas registados em duas assembleias de voto na Beira - Monapo, nas localidades de Nakulo e Itokulo onde “o processo de votação apenas começou às 12 horas”.
Aqueles dois órgãos citaram a Lei para lembrar ao presidente da CNE que nenhuma assembleia de voto pode funcionar depois de quatro horas do horário de abertura, ou seja que as assembleias em causa deviam ter começado a funcionar, o mais tardar, às 11 horas.
A Comissão Nacional de Eleições ainda não reagiu a esta carta aberta.

Afonso Dhlakama, líder do principal partido da oposição moçambicana, a Renamo, disse nesta sexta-feira que vai contestar o resultado das eleições realizadas nesta semana no país, que ele qualificou como injustas e marcadas por fraudes, mas prometeu que "não haverá mais guerra em Moçambique".
"As pessoas precisam entender que as eleições não foram livres nem justas ou transparentes", disse citado pela agência Reuters desde Maputo, a capital moçambicana, acrescentando que o seu partido vai recorrer à lei eleitoral do país para contestar os resultados provisórios da votação de quarta-feira, que apontam para a vitória do partido Frelimo e do seu candidato presidencial, Filipe Nyusi. O líder da Renamo acrescentou: "Eu posso garantir a você que não haverá mais guerra em Moçambique".