Terça-feira, 11 de Fevereiro de 2014
A Renamo confirma os bombardeamentos, com armas pesadas, protagonizados pelas Forças de Defesa e Segurança às suas bases em Gorongosa e Muxúnguè e diz que tal ameaça a paz no país.
Falando em conferência de imprensa, havida ontem em Maputo, António Muchanga, porta-voz do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, afirmou que as alegadas incursões do executivo nalguns pontos do centro do país colocam em risco o ambiente de paz vivido nas últimas semanas.
“Queremos informar que a paz está ameaçada, porque há duas semanas estão a bombardear a Renamo”, afirmou António Muchanga.
Este partido diz não perceber igualmente o objectivo do governo ao dar comandos para se bombardear a Renamo, quando esta mandou cessar os ataques entre Muxúnguè e rio Save.
Ataques e negociações
A Renamo acusa igualmente a Frelimo de desvirtuar os resultados positivos das negociações, como forma de propiciar afraude nas eleições gerais (presidenciais e legislativas) e das assembleias provinciais, agendadas para 15 de Outubro.
“Não faz sentido atacar a Renamo, justamente agora que as negociações estão a avançar e a ser frutíferas. o que Guebuza quer é fazer com que roubem nas urnas, nas próximas eleições”, afirmou.
Apesar dos ataques do exército, Muchanga garante que a ordem de Dhlakama é continuar nas negociações, pois acredita que “as questões políticas devem ter soluções políticas”.
No seu discurso-denúncia, António Muchanga acusa o presidente da República de estar à procura de uma forma de assassinar o líder da Renamo, Afonso Dhlakama.
“Estes actos confirmam ainda a informação segundo a qual a prioridade do Presidente da República, Armando Guebuza, é eliminar fisicamente o presidente Afonso Dhlakama”, acusou Muchanga, acrescentando que “eles não sabem onde está o presidente Dhlakama, por isso que atacam tudo que o vêem pela frente. Mesmo assim, Muchanga garantiu que Afonso Dhlakama encontra-se em local seguro e a gozar de boa saúde.