Quarta-feira, 23 de Janeiro de 2013
Os transportadores semi-colectivos de passageiros da rota Maputo-África do Sul-Suazilândia (MOSADA), que operam a partir da baixa da capital moçambicana, estão em greve desde segunda-feira, protestando contra a alegada concorrência desleal movida por operadores ilegais.
Os transportadores, devidamente licenciados para circular na rota Maputo-Joanesburgo-Durban-komatipoort-Rastenberg, na vizinha África do Sul, bem como na rota Maputo-Manzini, na Suazilândia, alegam que há cerca de um ano que observam pessoas desconhecidas a operar nas mesmas rotas perante a indiferença das autoridades competentes.
Trata-se de operadores pertencentes às associações Kuvucane, Intuva e Kindlimukane, licenciados pelo Ministério dos Transportes e Comunicações, através da Direcção Nacional de Transportes e Logísticas, num processo pouco claro para a MOSADA.
Para além de circular ilegalmente, estes operadores são acusados de estarem a forçar os parceiros da MOSADA na África do Sul e na Suazilândia a pararem de exercer a sua actividade.
Segundo Álvaro Nube, representante dos transportadores da MOSADA, esta preocupação foi apresentada, há cerca de seis meses, ao Ministério dos Transportes e Comunicações, que ainda não se pronunciou sobre o assunto. Aliás, foi esta indiferença que acabou por desencadear a greve.
Nube explica que os operadores transportam passageiros de Maputo até ao seu destino final na Suazilândia e África do Sul. Porém, são proibidos de transportar passageiros no sentido inverso, o que acaba inviabilizando o seu negócio.
Com esta paralisação, os operadores pretendem obrigar as autoridades a agir e ameaçam não transportar nenhum passageiro para África do Sul e Suazilândia antes da satisfação das suas reivindicações.
“Queremos que seja cumprido aquilo que vem plasmado na lei dos transportes. Sentimos que os nossos direitos estão a ser violados pela Direcção Nacional de Transportes e Logística ao permitir que associações não devidamente registadas sejam licenciadas para operar”, frisou.
“Estamos insatisfeitos com a Direcção Nacional de Transportes e Logística, pois começamos a negociar desde o ano passado e o director, Pedro Muneriwa, prometeu resolver os nossos problemas, mas isso ainda não aconteceu”, acrescentou.
A AIM tentou, em vão, ouvir os representantes das associações acusadas de estarem a operar ilegalmente. Alguns dos seus membros limitaram-se apenas a acusar a MOSADA de prestar falsas declarações.
Não foi possível ouvir a versão do Ministério dos Transportes e Comunicações sobre o assunto devido à ausência do director nacional de transportes e logística, Pedro Muneriwa.
Enquanto não surge uma solução, a ligação com a África do Sul e Suazilândia continua interrompida a partir do terminal dos transportes semi-colectivos na baixa da cidade de Maputo.