O criminalista e antigo director da Polícia de Investigação Criminal esteve, ontem, no local do crime para estudar o ambiente e aproveitou para fazer duras críticas à actuação do Comando Geral da Polícia da República de Moçambique e ao silêncio da Presidência da República e da Procuradoria-Geral da República sobre a formação de uma equipa especial para investigar o assassinato do constitucionalista Gilles Cistac.
António Frangoulis pronunciou-se sobre os procedimentos que deviam ter sido tomados em diferentes momentos, após o crime.
Defende que o cidadão tem direito de saber o que está a fazer-se em termos de investigação.
A Comissão Política da Frelimo distanciou-se, ontem, de qualquer envolvimento no assassinato do constitucionalista Gilles Cistac, afastando-se de “acusações gravíssimas” reproduzidas em alguns órgãos de comunicação social.
“A Comissão Política distancia-se das acusações daqueles que, recorrendo a manobras dilatórias, acusam a Frelimo de ser responsável pela morte do académico Gilles Cistac”, refere um comunicado daquele órgão, que “repudia veementemente a postura que está sendo assumida por alguns órgãos de comunicação social”.
O partido no poder em Moçambique considera estar a enfrentar “acusações gravíssimas”, que visam “fomentar o boato, a divisão no seio do povo moçambicano, semear a confusão, incitar à violência, desestabilizar o país e pôr em causa a governação da Frelimo”, bem como pôr em causa a honra, o bom nome e a imagem da força política e dos seus dirigentes.
O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, anunciou ontem, na vila-sede do distrito de Cuamba, em Niassa, que a governação do seu partido nas “regiões autónomas” vai arrancar entre Abril e Maio próximos.
O líder da “perdiz” falava durante um comício popular que orientou à sua chegada a Cuamba, depois ter trabalhado no distrito de Mandimba.
“Na Assembleia da República, não iremos para pedir à Frelimo a aprovação do anteprojecto das regiões autónomas, vamos apenas para oficializarmos e transformar o documento em lei. A seguir, iremos começar a governar”, disse Dhlakama, enumerando as províncias de Niassa, Nampula, Zambézia, Sofala, Manica e Tete como as que vão integrar o seu mapa de governação.
Como é de praxe, o Chefe de Estado foi o último a intervir, depois de acompanhar os discursos do bastonário da OAM, da procuradora-geral da República e do presidente do TS. E para descontrair, fez questão de comentar o discurso de Tomás Timbane. E para reforçar as ideias do bastonário, Filipe Nyusi comprometeu-se a, na qualidade de supremo magistrado da nação, defender com palavras e actos a separação e independência de poderes. Mas Nyusi quer uma independência concreta e que permite que cada poder (executivo, judicial e legislativo) execute as suas funções em complemento aos outros poderes, para responder aos supremos interesses do Estado.
E lembrou aos presentes que os cidadãos estão à espera de resultados e não de justificações ou acusações mútuas dos três poderes. “A nossa independência significa que o nosso povo nos concede todas as condições para o servirmos sem interferência de outros poderes. Como Chefe do executivo, e sem querer interferir, gostaria de poder contribuir para a melhoria da prestação do sistema de justiça, identificando obstáculos onde houver”, comprometeu-se.
A única filha do constitucionalista Gilles Cistac vem reagindo nas redes sociais, desde ontem, à morte do seu pai. Na quarta-feira, Rosimele Cistac, de 17 anos de idade, que está inconsolável, escreveu na sua página do Facebook a acusar os assassinos do seu pai de serem “caras de merda” e “burros”.
Rosimele questiona até aonde vai “a fome” do regime “pelo poder”. “Onde está a liberdade de expressão neste país, onde está a consciência de um ser humano?”, pergunta.
Numa mensagem de alto teor emocional, Rosimele Cistac sugere aos algozes do pai que a assassinem também. “Que me matem, não tenho medo de vocês, agora menos do que nunca.”
Para a filha de Cistac será em vão cobrar justiça na morte do seu pai, porque, segundo deu a entender, foi o regime que tirou a vida ao seu pai. “Estão felizes? Assassinaram o único homem que tinha a coragem de vos encarar e mostrar a este país o que é a Constituição. Não será possível fazer justiça, pois foi justiça que baleou o meu pai”, lê-se no comentário por ela publicada.
A única filha de Cistac tem a certeza de que foi o poder que eliminou o pai. “Mataram o meu tesouro, que eu tinha de mais importante em minha vida. Minha vida já não faz sentido, que me matem, assim irei ao encontro do meu pai e vamos rir das vossas caras de merda por serem tão burros. Claro que todo o mundo sabe até os analfabetos sabem que foram vocês.”
Rosimele escreve: “a sede do poder vos sobe à cabeça até chegar ao ponto de contratar bandidos para matar alguém”. “Fizeram com o meu pai o que fizeram com Cardoso? Por eles não terem medo de vos enfrentar”.
Numa outra publicação em que convidava amigos e estudantes do pai para a despedida, Rosimele Cistac fez questão de sublinhar que não quer membros do partido Frelimo em sua casa.
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