Quinta-feira, 30 de Outubro de 2014
A Comissão Política da Frelimo considerou hoje "um marco importante" a vitória alcançada nas eleições gerais em Moçambique, "na medida em que renova a aliança histórica firmada em 1962 com o povo moçambicano".
Para a Frelimo, a vitória nas legislativas e presidenciais, hoje anunciada pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), representa um "novo ciclo de uma nação que tem como compromisso a continuação de programas e ações com vista à consolidação da unidade nacional, preservação da paz, fortalecimento da autoestima, luta contra o flagelo da pobreza e o alcance do bem-estar material e espiritual do povo moçambicano".
Numa declaração lida pelo porta-voz do partido no poder, Damião José, na sede nacional em Maputo, a Comissão Política destaca, "neste momento de grande emoção e alegria", o papel do presidente da Frelimo e da República, Armando Guebuza, e sua "sábia liderança que se reflecte nos resultados de hoje" e na continuidade da força política histórica como "guia histórico do povo moçambicano".
A Comissão Política salienta também "a entrega, dinamismo, calor, simpatia e vitalidade" do candidato presidencial da Frelimo, Filipe Nyusi, "valores que temperaram a vitória".
Na declaração lida à imprensa, o porta-voz da Frelimo apelou para a celebração da vitória "num ambiente de paz, tranquilidade, harmonia social e festa" e desafiou todos os moçambicanos "a trabalhar para a consolidação dos avanços alcançados rumo ao progresso e bem-estar".
A Frelimo ganhou as eleições gerais em Moçambique, com uma maioria absoluta de 55,97% no parlamento, e o seu candidato, Filipe Nyusi, venceu as presidenciais com 57,03%, segundo os resultados oficiais hoje divulgados pela CNE.
A Renamo conserva o estatuto de maior partido de oposição, obtendo 32,49% nas legislativas e o seu líder, Afonso Dhlakama, 36,61% nas presidenciais, enquanto o MDM (Movimento Democrático de Moçambique) consolida a posição de terceira força, com 7,21% no parlamento e 6,36% do seu candidato, Daviz Simango, na corrida à sucessão do actual chefe de Estado, Armando Guebuza.
A Frelimo terá 144 deputados na Assembleia, menos 47 do que o atual grupo parlamentar, a Renamo aumenta a sua presença de 51 para 89 mandatos e o MDM passa de oito para dezassete.
A abstenção foi de 51,51% nas legislativas e de 51,36% nas presidenciais.
Os resultados oficiais preliminares hoje apresentados são o fim de um processo de apuramento iniciado a 15 de outubro nas cerca de 17 mil mesas de voto em todo o país, prosseguindo aos níveis distrital e provincial, antes do pronunciamento final da Comissão Nacional de Eleições e que terá de ser ainda validado pelo Conselho Constitucional.
Mais de dez milhões de moçambicanos foram chamados a 15 de outubro para escolher um novo Presidente da República, 250 deputados da Assembleia da República e 811 membros das assembleias provinciais.
No escrutínio concorreram três candidatos presidenciais e 30 coligações e partidos políticos.
O candidato presidencial da Frelimo, partido no poder em Moçambique, Filipe Nyusi, agradeceu hoje a vitória nas eleições gerais do passado dia 15, apontando a paz e a estabilidade como condições principais para o desenvolvimento do país.
“A paz e a estabilidade são condições principais para o desenvolvimento de Moçambique, o grande objetivo do ciclo que queremos liderar é atingir o bem-estar do povo moçambicano”, começou por dizer Nyusi, na sua primeira reação na sede nacional da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), após o anúncio hoje dos resultados oficiais das eleições gerais.
“Permitam-me do fundo do meu coração saudar os outros concorrentes pelo espírito de patriotismo e de moçambicanidade que demonstraram desde o recenseamento eleitoral. Que continue esse espírito, porque vai permitir desenvolver o nosso país”, disse o candidato da Frelimo.
Fonte: Lusa
O ministro moçambicano da Saúde, Alexandre Manguele, assegurou que os centros de rastreamento da Ébola no país estão sob adequada vigilância para responderem a eventuais diagnósticos daquela epidemia.
Em meados de Agosto, as autoridades sanitárias moçambicanas passaram a submeter um inquérito aos passageiros provenientes ou que tenham transitado pela Nigéria, Serra Leoa, Libéria e Guiné Conacry.
Desde a eclosão da epidemia, o governo moçambicano investiu cerca de 122 mil dólares para aquisição de equipamento de rastreio da Ébola e para outras acções de prevenção.
Falando à imprensa, momentos depois de visitar o Aeroporto Internacional de Maputo, Manguele defendeu ser necessário que cada moçambicano mantenha, cada vez mais, a higiene comunitária, familiar ou pessoal, sobretudo das mãos, por forma a contribuir para que a Ébola não ecloda no país.
O Ministro fez questão de exemplificar a epidemia de cólera que, na altura, provocou perdas humanas, mas que, com o tempo, Moçambique conseguiu enfrentar e controlar, porque houve aprendizagem para se lidar com a epidemia, daí que nos últimos dias “tem sido menos agressiva”.
O ministro frisou que, no caso da Ébola, os procedimentos de prevenção são parecidos, a higiene.
“Lavagem das mãos. Este vírus não resiste ao sabão. Ao lavar as mãos com água e sabão estaremos a matar esse vírus”, explicou Manguele, para quem há outros métodos de prevenção da doença.
Segundo ele, lugares como Aeroportos internacionais, as autoridades sanitárias têm estado a seguir os procedimentos de rastreio de passageiros que terão passado por países afectados e elogiou a cooperação dos passageiros sujeitos ao controlo nesses locais, vincando que tal se deve a divulgação massiva sobre a Ébola.
“O que é preciso é que as pessoas, nacionais e estrangeiras que entram no país e que têm passado por países de alto risco, compreendam que os inquéritos que tem de preencher têm a ver com a segurança para o nosso país”, afirmou.
O inquérito, em formato múltipla-escolha, é preenchido a bordo do avião e inclui perguntas destinadas a saber se a pessoa esteve ao lado de alguém contaminado com a Ébola ou se já visitou países contaminados, entre outras.
Entretanto, o representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Moçambique, Ambrósio Disadidi, explicou que o formulário permite descrever o estado de saúde das pessoas que entram no país.
Falando na mesma ocasião, Disadidi disse que a vigilância não deve ser apenas responsabilidade do governo, mas também de toda a sociedade.
“Basta saber que tem um amigo, vizinho, família, com febre ou sintomas, e que vem desses países, deve contactar urgentemente as autoridades competentes, porque um só caso da Ébola já é uma epidemia”, afirmou.
Disadidi defendeu a necessidade de se isolar qualquer que seja o suspeito de estar contaminado, para se evitar a propagação da doença.
Ainda ontem, Manguele visitou o Centro de Internamento do Hospital Geral de Mavalane, na capital do país e mostrou-se satisfeito com o nível de preparação do pessoal técnico e do equipamento de protecção para os técnicos que estarão a trabalhar naquela unidade.
Com capacidade para mais de 10 camas, o centro está equipado de médicos, enfermeiros e medicamentos.